Lançamentos: Igreja polarizada: Como a guerra cultural ameaça destruir nossa fé

21/04/2025

No encontro de lançamento do livro Igreja Polarizada, organizado pela Editora Mundo Cristão, a jornalista Natália recebe o autor Gutierres Siqueira, o pastor Victor Fontana e o antropólogo Juliano Spire para um bate‑papo sobre os desafios da polarização na igreja evangélica.

Gutierres inicia explicando que, após lançar Quem tem Medo dos Evangélicos, sentiu a necessidade de abordar não apenas o preconceito externo, mas também a divisão interna. Inspirou‑se no livro O Crepúsculo da Democracia, de Annie Applebaum, para diagnosticar a polarização como "doença espiritual" que corrói a comunhão cristã. Ele destaca que seu propósito não é criticar apenas a ala conservadora — embora esta seja mais expressiva — mas também apontar os excessos de setores progressistas, sempre com base bíblica e hermenêutica.

Victor Fontana, apresentado como pastor e jornalista, compartilha impressões sobre o diagnóstico de Gutierres. Lembra que, décadas atrás, havia um zelo maior com a linguagem cristã; hoje, muitas expressões hostis e vulgares se tornaram comuns, fruto de ressentimentos acumulados. Ele recorda a infância frequentando cultos em quadras de futsal e enfatiza a importância do "bom testemunho" e do cuidado com o outro, criticando o "surto" de agressividade política pela igreja.

Juliano Spire, pesquisador de evangélicos na periferia de Salvador e colunista da Folha de S. Paulo, traz exemplos práticos de transformação social. Cita casos em que igrejas amenizaram conflitos de gangues e relata como as casas de crentes, frequentemente as mais bem cuidadas do bairro, refletem valores de organização e ascensão social. Juliano também lembra da amiga "tia Helena", que, mesmo mudando entre extremos ideológicos, manteve respeito e compaixão, dando o próprio testemunho de fé.

Em seguida, discutem estratégias para combater a polarização: partir da premissa de que "não estamos diante de fanáticos", ouvir com empatia e reconhecer a complexidade humana — motivações, dores e contextos — antes de julgar. Destacam a compaixão como chave para uma atuação verdadeiramente cristã, seja na pregação, seja em políticas públicas fundamentadas em evidências e valores bíblicos.

O diálogo avança para o papel da leitura bíblica: não basta exposição superficial; é preciso estudo profundo, contextualização histórica e meditação. Encerra‑se enfatizando que a polarização só se supera com amor prático, misericórdia e serviço, lembrando que o verdadeiro poder transformador está na vida de Jesus e na ação do Espírito Santo em corações dispostos.


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